26.4.11

O Carrasco, o Espelho e o Gato Negro.


Escrevo, mais uma vez, enquanto espero pelo embarque. Vejo meu reflexo do monitor do note. Não pareço feliz em partir. Fecho os olhos e sou capaz de reviver cada segundo, cada carícia, cada beijo.
Penso que já sou capaz de entender teus olhos negros, e isso é um perigo!

Como pode? Como pode um menino, tão pequeno, ocupar tanto espaço?
Como pode fazer tanta falta o toque, o cheiro, o gosto, o sorriso e os carinhos de alguém com quem passei tão pouco tempo?
Como pode eu ter me encantado, me apaixonado, e ter me entregado de forma tão intensa, tão sem medida?
Como pode eu desejar muito mais ficar do que partir?

Por que? Por que permiti que você entre na minha vida dessa maneira?
Por que teus olhos, teu sorriso, teu jeito sorrateiro e teus abraços me prendem dessa forma?
Por que a distância não pode ser menor e o tempo de disfrutar de todas as tuas delícias não pode ser maior?
Por que, tão longe? Por que, Deus?

O quê, menino? O quê você fez comigo?
O quê é que tem de tão encantador, tão mágico e tão belo em você que faz com que eu me permita fazer todas as loucuras que me propõe?
O quê é que posso fazer pra diminuir a saudade que sinto, ainda no aeroporto, prestes à embarcar?
O quê é isso tudo e o quê fazer com tudo o que penso e sinto agora?

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