19.5.13

Eu e meu amado carrasco...


Ouvir.
Há que saber ouvir, nem que seja o torturante silêncio.

Algumas vezes, por mais que você tente, não consegue encontrar algumas respostas sobre tua própria vida. Por isso, há que ter a humildade de ajoelhar-se diante de seu “carrasco”, teu libertador. Aquele que dispara contra seu teu peito o tiro de misericórdia e te livra de todo o medo e da dor da partida.

Hoje, me ajoelhei diante dele, meu carrasco herói e salvador.

A conclusão?

Uma conversa franca, cheia de críticas, elogios e lágrimas. Muitas lágrimas. 
A releitura de uma vida vista pelo outro, pelo teu expectador, uma testemunha que se cala até que você se desarma diante dela pra que se mostre disposto a ouvir sobre si próprio e aprender com teus erros.
Não é fácil, nada fácil. Confesso.
Sabia que essa conversa aconteceria, e tinha medo do que ouviria.
Depois de meu carrasco libertador fazer o disparo, bem no meu peito, me dei conta de que posso, sim, me libertar do que fez meus olhos sangrarem por dias.

Não errei.
Amei.
Só isso.

Aliás, tudo isso.

Fiz muito, muito mesmo, até muito mais do que deveria, mas não foi o suficiente. Não para mim, mas para o outro.
Se eu pudesse, juro, teria feito muito mais. Sempre.

Ele, o meu carrasco, me disse algo que traduz com clareza o que aconteceu... Me entreguei à ponto de fazer mais pela vida do outro do que pela minha própria vida. Trabalhei mais pela felicidade do outro do que pela minha própria felicidade, que estava diretamente ligada à vê-lo feliz. E isso é o amor em sua forma mais plena. Não é paixão, não é desejo nem tesão. É amor pleno e puro. Algo que a maioria das pessoas nunca será capaz de viver pelo egoísmo que caracteriza o homem como indivíduo - que pensa e age, sempre, para sua própria satisfação, nunca pela do outro. Primeiro o “eu”, depois o outro. Sempre.
Essa é a lei que rege a humanidade. Sempre foi.

Não sou assim, não sei ser assim.

Optei por isso, vivi o mais sublime dos sentimentos. E agora preciso entender esse processo. O desligamento. A ausência daquele à quem oferecer o que tenho de melhor.
Entregar-se à alguém dessa forma é o maior presente que o outro pode receber, desde que tenha consciência do valor que esse ato tem. Se não há clareza sobre o fato de que essa pessoa poderia entregar seguramente sua vida em tuas mãos, isso de nada adianta. Não tem valor. Vira só uma transa, ou uma sequência delas. Algumas até bem boas, mas que quando terminam são vazias e dificilmente se converterão em companheirismo, num omelete preparado em plena madrugada, ou um banquete gourmet preparado sempre com amor. 
Sempre o amor no trato do outro. Sempre. 
Pra matar a fome do corpo e da alma.

E é isso que te sobra, uma lembrança.
Talvez até a sensação de que você possa ter falhado, mas não.
A falha não foi minha, eu sei, mas dói. Dói muito.

Agora, é respirar fundo e cuidar de mim, apenas de mim, da mesma maneira que cuidei do outro. Me oferecer à mim mesma, assim como manda a cartilha do bicho homem... Primeiro eu, depois o resto.

Será?
Acho que não.

Repito, não sou assim.
Não sei ser assim.

Talvez um dia eu aprenda...
Mas, até que esse dia chegue, sigo assim... como eu sou.

Sendo eu.
Plenamente.
Simples assim.

18.5.13

Who I Am...

Life's a beach...


























Agora, depois de tudo, o recolhimento.
Sempre assim...

O silêncio.

O distanciamento de tudo e de todos.
O momento de se re-entender, de se re-encontrar.

Minhas mãos já não te alcançam mais, meus dedos já não podem mais tocar teu cabelo enquanto velo teu sono, e tão pouco posso te entregar todos os beijos que te dei enquanto você dormia.

Meu corpo sente a falta do seu, sempre quente, sempre ao lado. Sinto falta do seu cheiro e do seu sorriso, da tua voz, do seu olhar, da tua mão segurando a minha e da certeza de que estaríamos juntos pelos próximos 50 anos, ou mais.

Mas,...

Mesmo que meus olhos sangrem de tanto chorar, isso não te trará de volta.
Eu sei.

Já estamos longe demais.
Um do outro, de tudo o que já fomos um para o outro.
Longe demais dos planos e das promessas que nos entregamos.

Quero os 4 cents de volta.
Talvez um dia eu volte até lá, onde os deixamos (e, acreditei que...) nos entregamos de forma plena, pra busca-los. Pra recuperar, e retirar, uma promessa que jamais será cumprida.

Ferida. Magoada. Sangrando...
É assim que me sinto.

Uma cirurgia feita a sangue frio, sem anestesia, onde me arrancaram o coração e o descartaram...
Esse pobre coração já não serve pra mais nada. Já não bate.
Apenas chora.
Sangra.

Longe do meu peito, ele, o coração tão triste, já não serve pra mais nada.
Virou nada.
Lixo.
É isso.

O mesmo deveriam ter feito com minha cabeça, que agora só serve pra me fazer, manter tua imagem em cada um de meus pensamentos, e lembrar de tudo o que vivi e de tudo o que fui capaz de fazer por um amor que sempre acreditei que fosse verdadeiro. Talvez até sem data de validade.
Uma linda história.
Aliás, uma história que sempre foi contada com muito carinho a todos que nos perguntavam como foi que tudo começou... 
Você sempre contou tão bem a nossa história.
Adorava te ouvir falar sobre isso, sempre com um lindo sorriso no rosto, seguido de um abraço apertado e um beijo doce.
Parecia até um conto de fadas. Juro.

Acreditei tanto em cada uma das tuas vírgulas...
Sempre.

Por isso, talvez seja tão difícil entender que tudo terminou...
Tanto carinho, tanto amor, tantas promessas, tanto de tudo...
Tanto...

Agora, nada.

Só eu e tudo o que ainda sinto.
Só eu e uma linda história sem fim pra ser contada ao mar...
Só eu, o mar e tanto amor pra esquecer...

Talvez, um dia, o mar possa apagar as pegadas que você deixou na minha alma...

Sim, eu te amei COM TODA A MINHA ALMA.
Mas isso não foi o suficiente, pra você.

Que o mar te leve de volta para o lugar onde eu nunca deveria ter te encontrado.
Talvez assim, um dia, eu possa te esquecer...
Ou me afogue em minhas próprias lágrimas...

14.5.13

O que faz você feliz?



No escuro do quarto, sozinho, você é capaz de saber o quanto é feliz?

Como seria seu dia perfeito?
Eu sei como é o meu dia perfeito.

Nunca pensei que seria tão difícil escrever...
Tantas palavras já marcaram a tela e depois foram pagadas...
Refletindo um pouco sobre tudo o que sinto nesse momento, me dou conta do quão frágil sou.

Meus melhores momentos?
Sei todos eles, com imensa riqueza de detalhes.
Uma benção, e algumas vezes um castigo pela dor da tua ausência.


Adormecer ao lado do homem que amo, ou fingir estar dormindo só pra receber seu carinho quando você vier se deitar e... tocar meu rosto com um beijo doce e delicado depois de dizer que me ama, quase sussurrando para que eu não me desperte.
Sim, eu me dei conta de cada beijo seu.
Por Deus, como eu gostaria que você soubesse quantos beijos te dei enquanto dormia. Teu momento mais puro, onde – quantas vezes, velei teu sono sem que soubesse. 
Pedia à Deus pra que, de alguma forma, ele permitisse que você guardasse esse momento dentro de seu coração. Mesmo sem saber.

Queria que tua alma colecionasse aqueles beijos e todas as lindas palavras que disse ao pé do seu ouvido. Queria que teu coração guardasse todas as preces que fiz à Deus estando ao seu lado – onde agradecia por Ele ter nos colocado no caminho um do outro, pedindo que Ele nos abençoasse.
Acariciava teus cabelos delicadamente pra que teu corpo registrasse minha presença e todo o amor que tinha em cada toque meu.
Me enroscava em você. Nos encaixávamos. 
E, em alguns momentos, tua mão buscava a minha para que a segurasse mesmo enquanto dormia.
Teus abraços apertados, tua maneira de me manter junto ao teu corpo como se não houvesse nada nesse mundo capaz de soltar esse laço.
Tua respiração. A certeza de que estava alí, ao meu lado.

A tranquilidade, a paz que sentia no meu coração de te observar enquanto dormia.

Tão bom quanto dormir ao teu lado era despertar contigo, sentindo o teu cheiro e descobrindo mais uma chance de te fazer feliz.
Me dava conta, sim, do quão importante era acordar com o homem que amo. Tinha ainda mais certeza de que aquele novo dia poderia ser melhor do que o anterior. Que teria muito mais amor pra te dar através de meus carinhos, de meus cuidados, da dedicação com que me entregava à você. Sem a menor dúvida de que receberia todos os teus abraços com minha alma e que meus olhos te mostrariam o quanto eu estava feliz por compartir contigo cada segundo da minha vida.

Deus, como eu gostaria de ter feito ainda mais. Por isso, ao final de cada dia, pedia a Ele que me desse mais uma chance, mais um amanhecer, pra que eu pudesse te entregar tudo o que não coube em um só dia.

Ouvir tua voz, ser tua companheira, te ofertar – e receber -  tudo o que alguém é capaz de dividir com quem ama.

Eu me sentia uma pessoa melhor. Juro!
Acho que, na verdade, é isso que alguém busca a vida toda... Ser alguém melhor.
Talvez por isso façamos a opção de ter alguém pra amar, alguém com quem criar e colecionar boas histórias. Pra dividir e somar.

Sentia que era capaz de te fazer feliz.


Queria poder testemunhar tua vida, tua história, pra que ela pudesse ser contada de forma doce e apaixonada. Daí o desejo de estar ao teu lado, sem me importar com como você será daqui 10 anos, ou 20.
Me importava apenas como comemoraríamos nossas histórias passados os 50 anos que você me fez prometer que te entregaria.


Era só isso que eu queria.
Viver contigo.
Te fazer feliz e receber todos os teus sorrisos, teus carinhos.
Tua felicidade sempre encheu meu coração de paz.  Sempre.

Onde estava escrito nosso prazo de validade?
Até agora não encontrei.


A saudade dói e faz meu corpo estremecer, como uma abstinência. 
O cansaço físico por ter percorrido quase 174.000KM até você, agora é sentido num corpo frágil, quase sem plumas, por ter voado tão longe. 
De volta ao ninho já não reconheço mais minha cama, meu canto. Tudo ficou grande demais. Falta calor.

Falta à quem me entregar, com quem compartir.

Falta amor. 

Why am I holding on?


22.9.12

Boa Noite


Sim, eu trocaria uma super cama king, com vista para o mar do caribe, travesseiros de plumas e lençóis egípcios por uma cama de solteiro, com vista para um pequeno e charmoso prédio revestido por tijolos aparentes, que divido com o cara que amo e um imenso macaco de pelúcia! Sem a menor dúvida! Juro!

Acho que o grande lance do amor é esse...

Reconhecer que nada te importa quando não se está acompanhado da pessoa que você ama.
Abdicar, abrir mão de lugares incríveis em troca da presença da pessoa da qual você sente tanta saudade, é um lindo exercício de desprendimento quando o assunto é “amar”.

Há que saber entender os ciclos do amor. Em alguns momentos a palavra de ordem é distanciamento. Em outros, presença.
Saber compreender o momento em que cada uma delas se aplicar é uma arte! Acredite!
Agora, por exemplo, a vontade de telefonar para o cara que amo  (e que está há 12.000.Km de distância) é desesperadora. Faria qualquer coisa para, pelo menos, ouvir sua voz me desejando “Boa Noite, meu A!”. Gostaria de estar abraçada com ele agora, em qualquer parte do mundo, deitada em qualquer tipo de cama – mesmo que fosse um colchão colocado no chão.
Mas, entendo que esse é o momento de distanciamento. Tenho que respeitar seu tempo e seu entendimento. Para ele, talvez, nesse momento, amar seja um ato não presencial. Tenho certeza disso!

Em nossa história não há fronteiras e nem tempo. 

Apenas alguns instantes de solidão...


Me abraça?
Agora, sim... Boa Noite, meu amor!