9.5.11

Tuas estrelas

O que faz um astrônomo numa noite nublada, onde não é possível avistar a lua - e muito menos as estrelas?

Para os índios, os marinheiros e os aviadores, uma experiência cega, às escuras, de tentar encontrar o caminho de casa. Já para o astrônomo, um exercício de reconstrução. Ele, provavelmente, é o único que conseguiria recriar todo o céu em sua mente, dizendo nome e sobrenome de cada uma das pequenas estrelas que alguns notam vez ou outra. Ou quase nunca. Talvez bem poucos as percebam, como eu e você.

Hoje, a noite em SP é assim. Nublada. Me coloco, então, à mercê de um desafio: Recriar o céu que conheço tão bem. O teu.

Fechar os olhos e reconstruir cada detalhe, cada centímetro (Ups! Déjà vu! Já escrevi isso antes. Já vi essa cena! Juro! – Arrepio! Ui!)... Onde é que eu estava mesmo? Ah, sim...
Fechar os olhos e reconstruir cada detalhe, cada centímetro, cada pequeno ponto negro que marca a tua pele. Sou capaz de te dizer quantas e onde estão cada uma de suas marcas e cicatrizes... Pode acreditar!

Como o teu céu é lindo!

Fico aqui, com os olhos fechados, matando a saudades de uma lembrança que é só minha. De um céu que ninguém será capaz de apagar de minha memória.

Esse é um caminho que só eu conheço tão bem.

Nenhum comentário: