7.6.11

A beleza do Outuno

Algumas imagens têm o poder de nos transportar, de nos fazer reviver alguns momentos, alguns gestos, alguns toques, cheiros e sabores... São tantas as lembranças.

Quando estive na AF, em março, as árvores eram fartamente coloridas, o chão coberto por tantas flores. Não haviam roseiras no pequeno coreto. Não haviam beijos sob as árvores.
Em abril, o colorido sumiu e deu lugar ao tom amarelado das poucas folhas que sobraram nos galhos, teus olhos ganharam um brilho que antes não tinham e teus abraços se tornaram mais fortes e demorados, teus beijos já encontravam com facilidade o caminho da minha boca.
Parei, olhei e reli todo o pátio. Te contei tudo o que meus olhos, pouco acostumados com aquele lugar, notavam de diferente. Lembro que você me disse “Te escuchando hablar así, es como si el tiempo no hubiera pasado, como si yo pudiera ver todo lo que me hace recordar. El piso estaba cubierto de flores. Yo estaba feliz porque estabas aqui, Ale!”.

Passados três meses, tanta coisa mudou. Nós mudamos. Nossa história mudou. Antes amigos, agora apaixonados. Encantados por um sentimento que se transformou. Desfrutamos de sensações que a maioria das pessoas desconhece, ou entende. Sorte a nossa, que nos permitimos viver algo tão bonito!

A diferença de culturas e idiomas nos diverte. Há tanto pra aprender e experimentar, tanto para descobrir. Mesmo quando não encontramos as palavras certas, conseguimos nos fazer entender. Entre a angústia de não achar sinônimos e a diversão da troca de palavras por palavrões, há sempre uma gargalhada, um sorriso e um abraço.

Uma coisa é certa: fotografias, lembranças e sentimentos não têm prazo de validade.

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