10.2.12

Simples assim.


Falar sobre qualquer tipo de sentimento é uma grande cilada.
Muitos escritores já o fizeram. Alguns muito bem, outros muito mal. Pois é. Conseguir alcançar a medida exata de como cada indivíduo sente é o grande desfaio. Eles, os escritores, sentem de uma maneira, eu sinto de outra, e você sente de uma forma ainda mais diferente do que nós – eu e os tantos escritores que já arriscaram os mais diversos ensaios.

O mais sublime dos sentimentos, o amor (Ah!, o amor...), é, certamente, o mais complicado de se medir ou descrever...
Mas, como posso falar apenas por mim, pelo que sinto, resolvi tentar.

Esse louco, o amor, assume as mais variadas formas. Há o amor de mãe, o de irmãos, amigos e amantes (entre outros tantos que eu poderia passar horas nomeando). Cada um deles tem a sua beleza, sua intensidade.

Hoje você me fez uma pergunta: Como eu vejo esse exato um ano desde a primeira vez que te vi?

Vou te contar.

Dois anos antes de 10 de fevereiro de 2011, eu estava sozinha (completamente sozinha). Já não acreditava no tal amor. Aliás, quase não acreditava em nenhum amor – nem nesses das novelas. Fazia até piada sobre isso. Achava graça da cara que têm os apaixonados. Pra mim, o amor, ganhou uma leitura matemática como se fosse uma equação química. Era mais ou menos assim, meu DNA procura outro DNA que seja compatível com ele pra que ele (o meu DNA) possa sobreviver de alguma maneira. Daí, a tal equação. Bingo. A espécie humana garante sua existência no planeta Terra.
Simples assim.

Há exatamente um ano, toda essa teoria foi por água abaixo.

Eu vi você.
Meu coração parou.
Faltou ar.
Faltou chão.
Faltou coragem.
Faltou você.

Quando te vi pela primeira vez, tive a sensação de que havia encontrado algo que me faltava, algo que eu nem imaginava o que poderia ser e que nem estava buscando, mas tive a certeza de que era você no exato momento em que te vi.

Alí, naquele instante, senti uma paz tão grande. Um sentimento que eu ainda não conhecia.
Tive a certeza de que era você.
Faltava você. Sempre faltou.

Depois disso, meu coração inquieto perdeu a paz. Perdeu o sono. Perdeu a graça.

Sozinho, ele já não tinha mais o mesmo balanço, o mesmo tom. Faltava ritmo. Faltava o baterista que o faria bater tantas outras vezes com a mesma força e intensidade.

Foi difícil chegar até você.
Foi fácil me apaixonar por você.
Foi insano confiar tanto em um estranho.
Foi maravilhoso te receber em minha casa um mês depois de ter te visto pela primeira vez.
Foi delicioso ter você por perto.
Foi terrível não poder te tocar e dizer o que eu sentia.
Foi dolorido ver você ir embora.

Te reencontrar, sentir o teu cheiro, poder te abraçar – mesmo apenas como amiga, me confortava. Me dava paz.

Querer você me levava do céu ao inferno em segundos.
Querer você me fez experimentar todos os sentimentos possíveis.
Querer você me ensinou a esperar.
Querer você me mostrou que tudo acontece no momento certo.

O primeiro abraço.
O primeiro beijo.
O primeiro suspiro.
O primeiro momento como amantes.

Meu coração se acalmou, mais do que nunca.
Senti uma paz tão grande, um sentimento tão lindo e tão leve.

Muitas coisas aconteceram depois disso. Momentos que me fizeram muito feliz, e outros que me fizeram chorar.
Te amei.
Te odiei.
Te quis mais ainda.
Te guardei no báu de minhas lembranças.
Te tirei de lá mais uma vez. Alí não era o seu lugar.
Teu lugar era do meu lado, onde eu pudesse te ver dormindo enquanto me abraçava, recebendo meus carinhos.
Sempre foi esse o teu lugar.

Agora, nesse instante, você não está aqui e nem eu aí, mas nossos lugares estão sempre nos esperando. Ninguém os ocupa. Ninguém os toma. Seja aqui, ou aí.

Estou te esperando. Quando chegar, não se preocupe em não me acordar quando vier se deitar.
Me desperte com teus carinhos.
Quero ver teus lindos olhos sorrindo pra mim mais uma vez.

Nenhum comentário: