10.6.08

Censura


Sábio aquele que a criou. A censura.
Melhor calar tudo aquilo que pode ferir.
Será?
Calo-me. Acabo por ferir-me, então.
Meu Deus! Tenho vontade de chamar-te. Na verdade, gritar teu nome. Muito! Bem alto!
Não posso!
Censuro-me.

Tiro teu nome do texto. Quão covarde sou.
Reescrevo-te. Respiro fundo. Coloco-me nua diante de tanta censura. Não... Não posso.
Retiro-te, então, de minhas páginas. Mesmo que de forma infeliz. Porém, não definitiva.
Posso não escrever sobre ti. Posso não registrar tua presença constante, e perturbadora, em muitos de meus ensaios.
Me resta guardar-te apenas em meus rascunhos. Quem sabe um dia... a tal censura nos libere de tantas ânsias... de tantos sussurros.

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